Com o presente artigo, centrado sobre as características das imagens do tipo vectorial, terminamos a análise aos formatos gráficos.
Principais características dos formatos vectoriais:
- Qualquer imagem neste formato pode ser composta dezenas ou centenas de objectos individuais.
- Cada um destes objectos pode ser controlado individualmente. Ao mesmo tempo, todas as operações que podem ser feitas sobre um único objecto, também podem ser aplicadas a grupos de objectos. Desta maneira, conjuntos extremamente complexos de objectos podem ser manipulados com grande facilidade.
- De uma forma muito simples, podemos incluir um programa como o Powerpoint da Microsoft na categoria dos programas de desenho vectorial. Muito embora ele esteja orientado para a área das apresentações, as ferramentas de desenho e controlo que disponibiliza permitem levar a cabo a manipulação vectorial
- A estes formatos costuma ser associada uma enorme precisão na manipulação de objectos. O software de desenho técnico (algum do qual também é chamado software CAD, de Computer–Aided Design), para as áreas da mecânica, da electrónica e da arquitectura, por exemplo utiliza exclusivamente formatos vectoriais.
As imagens seguintes mostram exemplos de uso de imagens do tipo vectorial nestes contextos.
Exemplo de imagem gerada em software CAD. Trata-se de um modelo poligonal de uma nave espacial da classe Space Shuttle. Este género de esquemas serve depois como base para simulações de comportamento aerodinâmico e para análise de fluídos.
Fonte: http://www-berkeley.ansys.com/examples/aerospace/aero_1.htm
Dois exemplos da utilização de software CAD em domínios relacionados com a arquitectura. Neste caso trata-se de duas perspectivas do mesmo esquema de uma instalação AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado).
- Para os ambientes web, o World Wide Web Consortium (W3C) recomenda a utilização do formato vectorial SVG, ou Scalable Vector Graphics. Muito embora esta organização já tenha investido um esforço considerável no desenvolvimento e aperfeiçoamento do formato, ele ainda não é suportado integralmente pela maior parte dos browsers existentes.
A imagem seguinte mostra um dos efeitos que é possível gerar dentro da janela de um browser, apenas com comandos SVG:
Exemplo de imagem gerada a partir de código SVG, tal como aparece no browser Firefox. Este é um dos exemplos da Test Suite de SVG disponibilizada pelo W3C (livremente disponível em http://www.w3.org/Graphics/SVG/Test/).
Em baixo pode ser visto um excerto do código SVG responsável pela criação da imagem:
<filter id=”BlendNormal” filterUnits=”objectBoundingBox” x=”0%” y=”0%” width=”100%” height=”100%”>
<feFlood in=”BackgroundAlpha” flood-color=”#0f0” flood-opacity=”0.5” result=”img1”/>
<feBlend in2=”img1” in=”SourceGraphic” mode=”normal”/>
</filter>
<filter id=”BlendMultiply” filterUnits=”objectBoundingBox” x=”0%” y=”0%” width=”100%” height=”100%”>
<feFlood in=”SourceGraphic” flood-color=”#0f0” flood-opacity=”0.5” result=”img2”/>
<feBlend in=”SourceGraphic” in2=”img2” mode=”multiply”/>
</filter>
- Outras soluções para a web podem passar pela simples conversão das imagens vectoriais para versões bitmap e pela utilização do formato Flash (muito embora este não tenha sido criado a pensar em desenho técnico).
Como exemplo de utilização de um e de outro formato, poderemos considerar a preparação da imagem institucional de uma entidade. Se ela quiser manipular uma fotografia da sua sede, com vista à sua inclusão numa publicação impressa ou numa página web, deverá utilizar um formato de imagem do tipo bitmap. Se quiser definir correctamente o seu logotipo, com vista à sua reprodução impressa com exactidão, deverá utilizar um formato vectorial. No entanto, se quiser colocar o mesmo logotipo numa página web, deverá antes converter para bitmap uma representação vectorial dele no tamanho escolhido.
A tabela que apresentamos a seguir mostra os principais formatos gráficos vectoriais disponíveis. Alguns destes formatos assumem uma importância extremamente grande, pelas possibilidades de troca de informação que abrem (caso dos formatos PostScript, DWG e SWF, por exemplo).