A possibilidade que certos dispositivos GARMIN (modelos OREGON, DAKOTA e COLORADO) têm com as últimas versões de firmware de produzir a visualização de mapas raster tem animado muito a comunidade. Para já assenta muito na produção e georeferenciação das mesmas a partir do GoogleEarth, mas estão em desenvolvimento um conjunto muito interessante de ferramentas destinadas a facilitar a produção de tais mapas. Uma delas é o GPS Visualizer (http://www.gpsvisualizer.com/).
Uma vez que os mapas criados no GoogleEarth apenas utilizam o datum WGS84, os ficheiros raster (formato JPEG) que utilizam projecções diferentes (caso das cartas militares do IGEOE) podem ser utilizados desde que consigam ser georreferenciados e re-projectados.
Nos cinco passos descritos pela Garmin para a criação de mapas específicos (http://garmin.blogs.com/softwareupdates/2009/10/creating-and-using-garmin-custom-maps-in-five-easy-steps.html) a partir de ficheiros raster deveremos ter em conta algumas questões:
Passo 1:
A resolução máxima do ficheiro raster é de 1 megapixel, pelo que poderemos trabalhar correctamente imagens com as resoluções de 1024×1024 ou 512×2048. Imagens maiores são suportadas, mas o dispositivo produz uma visualização (render) de qualidade inferior.
Nenhuma imagem deve ultrapassar mesmo os 3MB, uma vez que leva muito tempo a ser processada pelo dispositivo GPS. A mesma poderá ser fraccionada ou gravar-se com compressão (a taxa de 80% não traz degradações significativas do ponto de vista da visualização no dispostivo GPS).
Um mapa no formato KML/KMZ (Keyhole Markup Language e Keyhole Markup Language zipped, formatos nativos do GoogleEarth) pode ser constituído sem problemas por vários ficheiros raster. No entanto, só um ficheiro KML será processado por KMZ (formato nativo do GoogleEarth para distribuição): trata-se do ficheiro kml que se encontra na raiz daquele e, em termos de notação, designado “doc.kml”.
De acordo com a Garmin e para a versão corrente de software o número máximo suportado por dispositivo GPS é de 100. Este é um total por dispositivo e não por por ficheiro KMZ. No extremo (1 ficheiro raster = 1 ficheiro KMZ), poderemos ter 100 mapas.
Se o utilizador quiser incluir várias imagens JPEG num ficheiro KML/KMZ, deverá por uma questão de conveniência e relacionamento entre imagens, colocá-las numa pasta debaixo de “Os meus Locais”. Uma vez adicionadas as imagens só tem que premir o botão direito do rato sobre a pasta e seleccionar o comando “Guardar local como…”. Através desta opção as imagens serão guardadas num único ficheiro KML/KMZ.
Passo 3:
O valor especificado na opção “Ordem de Desenho” do separador “Localização” que se encontra na caixa de diálogo que define as propriedades da “Sobreposição de Imagem” que estamos a adicionar, controla a sobreposição do mapa no dispositivo GPS face aos outros mapas vectoriais que existam activos. Assim:
a) Se o valor especificado na opção “Ordem de Desenho” for igual ou superior a 50, este mapa será desenhado sobre os outros mapas;
b) Se o valor especificado for inferior a 50, o mapa será desenhado apenas sobre objectos do tipo terra, água e áreas, mas não sobre estradas, linhas ou contornos de profundidade de outros mapas.
Pontos de interesse, rotas, caminhos e geocaches são sempre desenhados sobre os mapas.
Para além disso, um mapa específico criado a partir de um ficheiro raster será sempre desenhado sobre outro do mesmo tipo, desde que o valor da opção “Ordem de Desenho” seja maior.
Para já, não é suportada a funcionalidade de “Super-Overlays”.
Passo 4:
Se o mapa for criado para ser submetido a operações de ampliação/redução é conveniente que o aspecto da imagem se mantenha proporcional. Tal consegue-se mantendo a tecla “SHIFT” premida enquanto se realiza no GoogleEarth o ajustamento da imagem a sobrepor.
Utilização dos mapas no dispositivo GPS
Já no que toca à utilização e navegação nos mapas, há ainda algumas dicas que nos parecem úteis.
A primeira diz respeito à orientação do mapa. Se legibilidade dos nomes colocados no mapa é importante e aquele foi criado tendo por base a direcção norte (como é o caso das cartas militares portuguesas), então o dispositivo GPS deve ter seleccionada a opção de orientação do mapa “North Up” (menu Setup > Map > Orientation).
A segunda diz respeito ao activar dos mapas. No dispositivo GPS não existe qualquer diferença entre mapas específicos criados a partir de ficheiros raster e mapas vectoriais. O utilizador tem a possibilidade de activar e/ou desactivar os mapas específicos como qualquer outro mapa a partir do menu Setup > Map > Map Information. Estes mapas específicos aparecem então listados sob um mesmo botão designado “Custom Maps”. Até ao momento o utilizador apenas tem a opção de activar e/ou desactivar todos os mapas específicos, e não individualmente.
Comentários
2 comentários a “Dicas para criar mapas raster NOS COLORADO/OREGON/DAKOTA da GARMIN”
Boas.
Excelente artigo e um grande trabalho de investigação.
Thanks, JC.
Inté.
Olá,
Este JC, é como o “outro”, não pára…
Parabéns e obrigado aos dois pela partilha de conhecimento.
Cps,
Leonel