Na prática do todo o terreno ou num simples passeio é frequente ter-se como companheiro um dispositivo GPS, levando-nos a ignorar ou a esquecer o mapa em papel e a utilização da bússola. É importante pensar que os primeiros não passam de máquinas, as quais podem avariar, para além do que dispõem na maior parte das vezes de visores demasiado pequenos para nos oferecerem um contexto geográfico ou a determinação de um rumo.
A entidade Barcelona Field Studies Centre S.L. (http://geographyfieldwork.com/) criou um site que se destina a ensinar e ajudar a melhorar a utilização de uma bússola em mapas. Trata-se do “Google Map Compass Tool” e encontra-se disponível na seguinte hiperligação:
A ferramenta Google Compass trabalha sobre o Google Maps e permite ao utilizador traçar e registar azimutes, distâncias e declinações ou variações magnéticas em caminhos simples ou compostos por vários pontos.
A ferramenta começa exactamente pela escolha do tipo de percurso e depois pelo ponto de partida, utilizando a caixa de pesquisa do Google Maps. Como vamos ver a navegação pode então ser definida como a localização de uma posição e o traçada do caminho seguido, até lá chegar.
Seleccionado o ponto de partida, o utilizador deve premir o botão “Show Compass”, localizado no canto inferior direito do mapa. Uma bússola de reconhecimento Silva Ranger aparece no mapa junto ao ponto especificado.
A bússola pode ser arrastada e posicionada de modo a apontar para qualquer direcção. O utilizador tem então a possibilidade de traçar um caminho no mapa e visualizar as suas coordenadas. As diferenças entre o Norte magnético e o Norte verdadeiro são automaticamente ajustadas.
As coordenadas dos caminhos podem ser armazenados e utilizados posteriormente.
Dois botões adicionais aparecem no topo do mapa. No canto esquerdo, o botão “Menu”, que permite ao utilizador:
- Desfazer / refazer passos;
- Alterar o comprimento da seta vermelha;
- Limpar todas operações realizadas pelo utilizador;
- Carregar / Guardar / Importar um caminho.
No lado direito surge o botão “Draw Route”.
Na base existe ainda um botão muito importante: “Maximize This Map”. Permite ao utilizador gerar um mapa de maiores dimensões numa nova janela e, como tal, de mais fácil manipulação.
O fluxo de trabalho com a bússola para traçar um caminho é o seguinte:
1. Assim, o utiizador deve começar por arrastar a bússola, de modo a posicionar o seu centro sobre o ponto de partida.
2. Premir o botão esquerdo rato sobre a bússola para permitir que aquela possar rodar na direcção pretendida.
3. Premir de novo o botão esquerdo rato sobre a bússola para parar a sua rotação, uma vez posicionada na direcção pretendida.
4. Alteraro comprimento da seta vermelha, de modo a que termine no ponto de destino pretendido (botão “Menu” comandos “Resize Arrow By Slider” ou “Resize Arrow Manually”).
5. Premir o botão“Draw Route” . Uma caixa de diálogo surge ao utilizador dando conta da distância até ao ponto de destino.
6. Premir o botão “Move Next” para deslocar a bússola para o destino, o qual se converte no novo ponto de partida.
7. Repetir os passos 2-6 até terminar o caminho.
Uma vez terminado o caminho é possível visualizar e imprimir o caminho, através do comando “View/Print Route(s) Information”, disponível a partir do botão “Menu”.
Comentários
3 comentários a “Aprender a trabalhar com uma bússola através do Google Maps”
Excelente! Obrigado
O programa tem um erro na indicação da declinação magnética.
O valor está exibido em graus, minutos e segundos mas, na realidade, é apenas em minutos e segundos (1 grau corresponde a uma distância de 60×1.852 metros, ou seja, 111,2 km…).
Aliás, basta verificar os valores corrigidos e percebe-se imediatamente que fez a operação apenas com os minutos e segundos (os graus não estão modificados).
De resto, parece-me muito interessante.
Quando tiver tempo, hei-de verificar a sua aplicação no terreno.
AbraTTos
Já agora, uma segunda observação, principalmente, para quem usa habitualmente cartografia marítima.
O factor de conversão do programa usado nas distâncias entre dois pontos corresponde à milha terrestre (1609,3 m) e não ao da milha marítima (1852 m).
No entanto, os valores de latitude e longitude das cartas, quando traduzidos para distâncias, correspondem SEMPRE ao da milha marítima, i.e., 1852 metros.
Enquanto 1º de latitude corresponde SEMPRE à distãncia de 111,12 km referida no comentário supra, na medida em que os arcos de latitude são SEMPRE equidistantes entre si, já no que respeita à longitude, varia desde 0 kms nos pólos até aos mesmos 111,12 Km no Equador.
AbraTTos